A árvore de Natal

A ÁRVORE DE NATAL

Ali estava ela ao alcance de minhas mãos, enfeitada.

Podia sentir suas formas, texturas, venturas,

O aroma das folhas, as ranhuras da casca molhada!

Chovia. Era noite esperança entre minhas procuras,

Era a ânsia do eu entre a fé e a descrença perdidas,

Lutando por sol numa noite de breu, sem estrelas, às escuras.

Uma nova ilusão, esperança ou derrota, num presente contexto,

Que o natal traz do céu para um novo sonhar, este filho de Deus,

Com poderes capazes de atender meu anseio, entender meu pretexto,

De pôr estrelas de sonhos frustrados que tenho e são meus,

Inimigos da fé e inocentes palavras aos quais escrevo ao compor este texto.

Num texto verdade, sentimento da alma, pra fugir dos ateus.

Qual a cor dessas folhas, da casca molhada que altura tu tens?

Onde estão as raízes, no fundo do chão que terá pra guardar todo resto de mim?

Quer que eu diga o quão és linda? Que és companheira ou lhe dê parabéns?

És, talvez em verdade, também a passagem que assim como eu, a momentos do fim,

Quem sabe se nós pelos fins derrotados, sejamos dois trens?

Sucumbindo, só isso, cumprindo seus ciclos, tu viras papel e eu viro caim?

Por diversos natais já passamos em vida com muito em comum,

Dois pedaços de tempo buscando a razão ou sentido do ser,

Que serão esquecidos, por poucos lembrados ou talvez só por um,

Pelo Deus, se existir, que te viu ser papel e não quis me atender,

Que nos deixou no mundo perdidos no tempo, sem conforto nenhum,

Sem poder enxergar no confronto com a dor, mas sentindo o sofrer.

Observação: Quando o declamador terminar a poesia, prosseguirá com a leitura das palavras em negrito a fim de concluir a declamação.

Ali estava ela podia sentir suas formas, o aroma das folhas.

Chovia. Era a ânsia do eu, lutando por sol, uma nova ilusão

Que o natal traz do céu, com poderes capazes de pôr:

Estrelas de sonhos, inimigos da fé, num texto verdade.

Qual a cor dessas folhas? Onde estão as raízes? Quer que eu diga o quão és linda?

És talvez na verdade também, a passagem quem sabe, sucumbindo, só isso.

Por diversos natais, dois pedaços de tempo, que serão esquecidos,

Pelo Deus se existir, que nos deixou no mundo, sem poder enxergar.