O LADRÃO

Ó, destino irônico, tardou o arrependimento,

como o ladrão vem sorrateiro,

assim, também faz teu julgamento.

Os tiros anunciaram o instante derradeiro,

perfurando a florença, dando a sentença,

sem piedade, ferindo a imortalidade.

Uma vida tão vazia como a brancura no olho prostrado,

braços abertos, pernas cruzadas, seu fim não foi cultuado.

Tinha apatia para cortar a lenha, agia com desdenha,

diante do labor, morreu sem valor.

Ajoelhada ao chão, acima o despertar da hora,

as lágrimas escorrem no rosto da pobre senhora,

Que clama as alturas: "Por quê? Meu Deus, por quê...?"

Esperando uma resposta para seu pranto,

só o silêncio ecoou sobre a face do santo.

E a pobre senhora, que em seu fim chora,

vê um Céu, como os olhos do filho coberto por um véu.

drigo andarilho
Enviado por drigo andarilho em 03/07/2012
Reeditado em 05/08/2014
Código do texto: T3758749
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