Amaste-me?
AMASTE-ME?
Tu és saudade e devoras,
Meu coração, iludindo.
Mas ao partir, ir embora,
Sequer disseste, “tô indo”.
O balançar do meu berço,
O alimento dos seios;
O bom rezar do meu terço;
Não me seriam hoje anseios.
O alívio de minhas dores,
A luz pra guiar meus passos,
Consolo aos meus dissabores,
Não faltariam em teus braços.
Não sei nem posso entender
Tal castigo recebido.
Porém, se pudesse inverter,
Tu não terias partido.
Se o próprio filho deixaste
Indo ao Deus por opção,
Queria ver nos contrastes,
Não quimeras, mas razão.