A alma de mármore
A ALMA DE MÁRMORE
O frio mármore te erige a alma,
Estampa, vivo, na lápide de suas faces
todo o sarcasmo de um sorriso imperador,
que rouba do inimigo, cruel, a própria calma,
para dominar e, lhe impor, com antefaces,
os desígnios maléficos repletos de terror.
Não sei quem te alimenta, nem sequer o suprimento,
capaz de suportar tantos anseios criminosos,
enquanto curte vorazmente a dor e o sofrimento.
Talvez sejas avesso à dor dos temerosos
e te alimente a carne que viva é abonamento,
saciando a tua fúria e a fome sem remorsos.
E aí que, certo dia, mais forte que seu ódio,
a força da razão impor-se-á ao vil propósito,
cravando no teu peito com a paz novo episódio.
Então, escolherás o amor entre os compósitos,
qual deles erguerá para ti um novo pódio,
cabendo ao esquecimento, as ações dos despropósitos.
A alma, qual frio mármore, já, neste momento,
verá na sôfrega pupila da vítima e, também, na dor,
a imagem torpe a espelhar o sofrimento,
Por tanto quedarão à força da bondade,
explicita no amor, sem perceber, o perdedor,
ser até capaz de ter a tal felicidade.
Observação: Após recitar a poesia o declamador prosseguirá lendo apenas as palavras em negrito.
Alma, estampa de suas faces,
sarcasmo de imperador
que rouba a calma
para impor antefaces de terror.
Quem te alimenta anseios criminosos,
a dor e o sofrimento dos temerosos?
Que viva saciando a fome sem remorsos,
E aí seu ódio, vil propósito,
no seu peito entre os compósitos
erguerá um novo pódio dos despropósitos.
A alma neste momento,
sôfrega da vítima e a imagem torpe,
quedarão à força da bondade
explícita no amor, a felicidade.