Rude Realidade

Saindo da toca do tigre que é minha sombra,

este animal rude que com nada se assombra,

eu vou, procuro bençãos sem estar bem certo

onde que estão tais pontos cardiais norte e sul

com minha depressão, igual o feio passáro azul

morrendo ensanguentado e com o peito aberto

Eu fico procurando em toda parte algum novo eu

sem saber ao certo se na Terceira Guerra morreu

ou se ele se esconde tendo o echo psicoatômico

das duas bombas irmãs de Nagasaki e Hiroshima

minha sombra não tem pai nem irmã nem prima

por isso chamo esta minha parte de “eu biônico”

E o meu bonde passa por um choro miserando

minha face pensa estar feliz de vez em quando

mas isso é raríssimo, igual a um rápido cometa

a minha iris vai brincando com Luzes do Porvir

piramides altas de Augusto teima em obstruir

meu sol branco e brando que atinge a iris preta!

Quando estou perto de ti minhas vozes não reclamam

e nem sabem ao certo se te odeiam ou se ainda amam

mas só sabe que ser seco mata as Arvores dos Prazeres

mas, chegando perto deste fogo dos tempos passados,

encontrei só corpos dos seres queimados e estragados

é que um louco quis ser Deus sozinho por alguns meses

Essas imagens mais confusas se sobrepoem um diagnóstico

que eu tive quando querendo ser cristão fui mero agnóstico

eu aprendi a ir aceitando, com uma inquietante passividade,

tudo aquilo que era irreal neste meu espaço de Vida e de Dor

mas sempre sabendo que meu Deus bondoso me tem o amor

que abre as Portas da Perçepção suprimindo minha realidade!

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 30/06/2012
Código do texto: T3753759
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