Rude Realidade
Saindo da toca do tigre que é minha sombra,
este animal rude que com nada se assombra,
eu vou, procuro bençãos sem estar bem certo
onde que estão tais pontos cardiais norte e sul
com minha depressão, igual o feio passáro azul
morrendo ensanguentado e com o peito aberto
Eu fico procurando em toda parte algum novo eu
sem saber ao certo se na Terceira Guerra morreu
ou se ele se esconde tendo o echo psicoatômico
das duas bombas irmãs de Nagasaki e Hiroshima
minha sombra não tem pai nem irmã nem prima
por isso chamo esta minha parte de “eu biônico”
E o meu bonde passa por um choro miserando
minha face pensa estar feliz de vez em quando
mas isso é raríssimo, igual a um rápido cometa
a minha iris vai brincando com Luzes do Porvir
piramides altas de Augusto teima em obstruir
meu sol branco e brando que atinge a iris preta!
Quando estou perto de ti minhas vozes não reclamam
e nem sabem ao certo se te odeiam ou se ainda amam
mas só sabe que ser seco mata as Arvores dos Prazeres
mas, chegando perto deste fogo dos tempos passados,
encontrei só corpos dos seres queimados e estragados
é que um louco quis ser Deus sozinho por alguns meses
Essas imagens mais confusas se sobrepoem um diagnóstico
que eu tive quando querendo ser cristão fui mero agnóstico
eu aprendi a ir aceitando, com uma inquietante passividade,
tudo aquilo que era irreal neste meu espaço de Vida e de Dor
mas sempre sabendo que meu Deus bondoso me tem o amor
que abre as Portas da Perçepção suprimindo minha realidade!