DA ROSA FATAL
Às vezes o Poema irrompe de tal maneira que
tinha que acontecer !...
Não é bem um grito, é um estatuto de ser e estar
é um mar é um mar !
o insondável inimaginável mar mar
de todo o amar
cheio de estrelas
que pedem ser, recebidas, circumarredondando mais vida
/ sequiosas
das essências
de uma realidade líquida, molhada
mais matizada
como a Rosa Plena... A que tinha que contribuir
para as pétalas do Mundo
com aquelas bordas do Amor !
___ que dizem tudo ___
como as orlas que cercam todas as praias cheias
de conchas
que são os cantos das areias ( as conchas são as lágrimas
ou os cantos recantos das areias !...
lindas e repartidas ___como luas cheias !... )
consolo para a atual mudez das Sereias
reduzidas, as asas descheias a simples Mito...
nesse rito de desconhecença que a forçosidade de nossas vidas
___resta o consolo do mar e a fala
a que achávamos irredutível ___ a fala __
perde o ( Bem Bom ) estar ! ___
impõe ao Mundo !...
O profundo deixa de ser profundo !...
É essa fatalidade do poema que me assombra
Fura toda a lógica !...
É a expressão mais gratuita
e é como se Deus cansado do silêncio desse
a nós suas vozes
___cheias de Rosas ...___
Ou como a alma gritasse lá de dentro
se concretizasse de novo o Pensamento
Esse que era tátil e bordado lá no início
onde o Sonho dos Sonhos ( ou Sonho de Sonhos ) foi
Criado !