CARA DE POETA
Pincel ou pena!?
Cantando e versando
pincelando e embalando
o José e a Maria
no tempo, na lida do dia a dia
e na vida que o corpo carrega.
Caminhando naquela estrada
ou naquela praça querida
de bonde ou de metrô
vestindo retrô ou beca bem formal
fazendo sua história no mundo real
floreando os versos e as trovas
recheadas de rimas
algumas demais surrealistas.
Recebendo flores ou não
porque poeta ama tentar
para ele tanto faz calmaria ou tempestade
pois as palavras fluem e saem
ele é acometido por surtos de inspiração
porque poeta é tenaz.
Indo sentindo os versos
ora declamando em trovas
os poetas conseguem se expressar
o amor e o desamor
do José e da Maria
e ele duela com a apatia
na falta de cor no pincel.
Ousando pintar de prata os contornos
das curvas sinuosas da donzela
com palavras perfeitas e outras imperfeitas
poetizando o caminho com emoção
ao som de outras melodias feitas
ele escreve, e escreve
ritmadas pelo coração.
Sentindo as emoções das pessoas queridas
e de outras desconhecidas
que o pincel e sua pena vão grafando
nos revelando as dores e as flores
destas almas e suas feridas.
O poeta é ousado
é também abusado
versa as palavras ditas e não ditas
versa fartamente os sentimentos sentidos
calados ou gritados
de se e dos outros
e o poeta finge e sente
sente e finge
e vai além onde seu imo habita.
(Pensamentos e palavras Stella Maris 06/2012)