A velha árvore m'embalou
Com seu braço calado
Amadeirado...
Meu olho cerrei
Nem respirei
E se o momento murchasse?
E se não mais brotasse?
O doce rio falou,
Com seu seixo rolado
Molhado...
Meu olho cerrei
Calei
E se o momento singrasse?
E se não mais aportasse?
O cão lambeu mi’a face
co'a língua quente
Carente...
Meu olho cerrei
Inerte fiquei
E se o momento de mim se apartasse?
E se nunca mais retornasse?
O que vem a ser sempre ou nunca mais?
Decisões fatais?
Palavras mortais?
Quiçá...
Há quem veja mágoa...
Nesses meus olhos feitos d'agua...
Quiçá
É que no fundo sabia
Um dia aconteceria
Por isto para sempre tudo guardei
Por isto para sempre tudo guardarei
Memoravelmente...
Na caixinha sem música de mi’a mente...