A mim maldigo e bendigo em risco
Corro todos os riscos em rabisco
Faço e desfaço
Completo e desfalco
Morro e renasço no bico do lápis
Sou nisto meu fundo de poço
E meu ápice
Assim m'engano e a quem me enlace
Sentindo ...mentirosamente...
Sussurrando mi'as mágoas...asperamente...
Dissimulo mi'as dores num riso
No risco eterno ,mas conciso
M'escondo do mundo a todo momento
E é esta fuga incessante, meu tormento
Em toda carne finco meus espinhos
Às flores e a mim assim assassino
Em mi’a úmida mão ficam cetim e acutíssima ponta
Meu risco me ceifa e me desponta
Quereria andar à frente do tempo
Pois percebo o momento se cheiro o vento
As dores do mundo,as bebo
Como fora meu o veneno
Mas as minhas,
Não são alheio terreno
O verbo é meu deus e meu visco
De meu verbo avidamente preciso
Meu risco é precisamente impreciso
Mi’a danação em letrada ação
Meu aço em grafite
Da mi'a fétida e olorosa mão
Não escorre limite...