Ciclo Alucinógeno
Simples como dizer tudo é dizer nada
O próprio nada já se faz tudo
E de tudo terá algum significado qualquer
Que satisfaça pobre ser-por-todo-sempre-[Amém]-ignorante
Dito em altos-falantes: "sois seres humanos"
Criando e descriando o não-criado
Já se esvai fermentado
O sulco intra-orgânico
De nosso corpo febril
Agarrando qualquer impulso mental
Como vício de vida natural
Aqui e lá pra onde rastejar
Mastigar a febre flamejante irá
Até inflamar e se acabar
Rupturas se achará
Formando cavidades secressivas
Por onde quer que se mirar
A lua já cai torta
E o mundo dorme na derrota
De uma vida insatisfatória
Inominável caminho por onde pisamos
E mal sentimos o chão a pisar
Flutuaste sim!
E não somente em sonho se há de dormir.