FONTE SECA

És fonte seca

Oh papel desta fonte

Os teus rebanhos

Se reduzem aos teus limites

A tua origem

Envergonham os teus brios

E os teus frutos

São infrutíferos por ti

És repúdio para a caneta

Presídio destas linhas

E o branco encardido destas folhas

Preferem o silêncio da morte

Do que o som das palavras

Que podem nelas pousar

És fonte seca

Oh papel desta fonte

Os teus sentimentos não são bons

Somente lágrimas amargas fizestes brotar

És o erro do produtor

Ou melhor, daquele que te comprou

Pois transformaste a alegria em tristeza

A esperança em linhas vazias

Condeno-te oh papel desta fonte

Que em um dia não bem-aventurado

Entraste em minha vida

E deixaste-me com o vazio em minhas mãos

Eras para mim manancial

Inspiração de muitas estações

O sonho do amanhã

Mas, já eras tu fonte seca

Oh papel desta fonte

E os teus limites

Foram-me prisão

A tua origem

Fizeram-me vergonha

E as minhas poesias

Foram infrutíferas em ti

Fonte seca

Fernanda A. Fernandes

18/06/12

Fernanda A Fernandes
Enviado por Fernanda A Fernandes em 19/06/2012
Reeditado em 15/04/2015
Código do texto: T3733462
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