PEÇAS PESSOAS
Pessoas nascem
Pessoas crescem
Pessoas vivem
E se envelhecem
Pessoas vão
Nas alas d'uma ilusão
Algumas voltam
E outras não
Peças pessoas
Completamente
Ou quase nada
Essas pessoas
Indiferentes à realidade
Levam consigo
Seu próprio abrigo
Absolutamente
Inconscientes
Da tempestade
Que aprisionam
Dentro do umbigo!
Pessoas sábias
Contam as horas
Certas pessoas
Sabem do tempo...
Outras pessoas
Seguem vazias
Cortando os dias
Que aqui se passam
Atropelando os passos
Pela contramão
Vão aos tropeços
Contrariando a história
Contaminando o chão
Inconsequentes
Essas pessoas
São conscientes
Da crueldade...
E as armadilhas
Já estão armadas
Pra desarmar
Esse mundo torto
Que há lá fora
Seguindo em vão
Ganhando tempo
Sob as navalhas
Completamente
De olhos vendados
Olhos vampiros
Desventurados
E descoloridos!
Autor: Valter Pio dos Santos
Dez/2003