Regressivo
Aos seis anos,
a lua era meu brinquedo distante.
Brilhava no céu encantando muita gente!
Ah! Tempo bom! Sem pressa ia caminhando,
e eu seguia sorrindo, correndo e brincando.
Aos dezesseis anos,
a lua me acompanhava em cada verso que escrevia para minhas amadas.
Ah! Tempo complicado, já ditava meus passos,
e eu acordando cedo, trabalhando, estudando,
descobrindo os prazeres da carne
e na carne acabando-me!
Aos meus vinte e seis anos,
A lua já não me interessava,
Vivia correndo de um lado para o outro tentando resolver esses problemas de adulto.
Foi quando percebi que o tempo é cúmplice da morte.
Ah! Tempo covarde, mal fui concebido já começou a contagem.
Agora aos trinta e seis anos,
estou confuso, a lua voltou a ser meu brinquedo distante,
companheira nos verso que escrevo a minha amada!
Ah tempo... és cúmplice da morte, covarde, impiedoso,
mas, estou sendo ingrato contigo.
Não vou nem questionar de onde vim, é um assunto muito chato.
Agora percebo que só tenho a agradecer.
Mesmo por que continuo presente nesta contagem regressiva.
Até quando? Só o tempo poderá dizer.
Tempo... que depois de muitos anos, posso chamar de amigo!
Sem nunca esquecer de quem és cúmplice.
Ah tempo...