Martelo louvação ao Criador
Há uma hora que sinto que a calma
Como chuva se espalha sobre a terra
A natura transmite e descerra
Todo bem que acalanta minha alma
Bem feliz eu aceno minha palma
E me torno um grande adorador
Sinto a graça e a ternura do louvor
Quando ouço o trinar da passarada
Desde cedo na bela madrugada
Eu começo a louvar meu Criador.
Nesse instante vislumbro no horizonte
Os clarões despontando no arrebol
Quando o brilho do astro-rei o sol
Mostra a força gerada em sua fonte
Sem escolha por vale ou por monte
Dita a norma do dia em seu começo
Em tudo isso eu vejo e reconheço
A sagrada ação da mão bem-dita
A grandeza de Deus é infinita
E a Êle eu louvo e agradeço
Vou sentindo o perfume da ramagem
Que exala do mato do caminho
E assim nunca me sinto sozinho
Eu descubro Deus em qualquer linguagem
Admiro as cores da paisagem
E os ruídos da selva que beleza
Que afugenta pra longe a tristeza
Me convida a cantar o canto meu
Vou usando a voz que ele me deu
Pra ditar e entoar sua grandeza
Como é bela a lua e seu clarão
E a virtude das nuvens e dos mares
As calotas das regiões polares
E os astros brilhando na amplidão
Primavera, outono e verão
O inverno e os seus ventos do leste
O mormaço da região agreste
E o regato que escorre murmurando
Sou poeta e vivo declamando
Ó meu Deus essas obras que fizeste
Igual um salmo da bíblia sagrada
Toda forma de vida se alegra
Desde o simples arbusto até a pedra
Vai desfiando versos pela estrada
Canta o vento no embalo da lufada
Igualmente o fogo em seu ardor
Os poemas de paz do cantador
Que a viola inspira e enternece
A natura em coro reza prece
Bendizendo teu infinito amor
Deste ao homem razão e sentimento
Pra amar e entender seu semelhante
Concedeste o perdão reconfortante
Pra quem sente o arrependimento
Deste a vida e o espaço do tempo
Pra curar toda dor e aflição
Deste a fé na vida e ressurreição
Um feliz renascer depois da cova
Tua páscoa senhor é mais que prova
Da promessa da nossa salvação