Congelou junto à flor
E fora este um dia todo seu temor...
Mas não relatou
Tomou pra si o frio
Abraçando o congelado
Aspirando a neblina das narinas
Como fora parte integrante
E inda assim de certo modo,
Mantivera-se distante
Fingindo não saber o quanto parte
Fingindo fazer parte de sua arte
Cerrando olhos à dor
Encenando um estúpido mediano ardor
Deixou que azulasse aos poucos o calor...
Assim quem ora passa e vê
Morre de frio,
E de medo
Que percorra também suas veias...seus veios
Que lhe atinja por todos os meios
E lhe tinja deste azulado os anseios
E se olharares com cuidado
Naquele canto verás um resto de cor,
Um veio de rio...
Como numa invernal tela...um caminho
As veias dantes pulsantes quase paradas
E os veios ante o instante
Quase sozinhos
Tão bonitos...
Congelou junto do amor
O frescor
Restou só um pouco d'olor
Assim quem ora passa e vê
Morre de pena...da cena...
E não há quem socorra as flores...os amores
Que se cobrem de cristais de gelo
Nus em pelo...
E se passares
Mesmo apressado
Por engano...
Por encanto...
Ouvirás um suspiro mui fino
Dum longínquo perfume citrino
Um som agonizado
Dum amor que trás na palma entreaberta
Também congelada...a flor
Congelando o destino
Sugestão de escrivaninha:
Diário de um Louco,um poeta que finge não o ser ...Porquê? Vá entender...
Quem quiser lê-lo precisa ser rápido porque ele tem o péssimo costume de deletar tudo o que escreve
Eis o link de sua escrivaninha:
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=110119