Gangorra

Gangorra é isto que se brinca nos campos de papoulas sempre com o outro; impossível brincar só, ainda que a loucura nos torne duplos ou ambíguos, a visão de estar sozinho enquanto os pares se perdem em outras gangorras. Ausente o outro noutra ponta, ficamos condenados ao chão, sempre inebriados com o lírio, e sobretudo sozinhos em caminhos que não sabemos caminhar, mas preferimos drama à simplicidade, não experimentamos, além do sexo, o sobe e desce; o pequeno gosto do céu azul e cinzento, entre o sol e a chuva, e aprender com as (in)felicidades, desde que brinquemos na gangorra em par.

Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 10/06/2012
Código do texto: T3716356
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