Verídico
Tanto tempo passa, engana a memória
Guardada em uma mente, como suja escória...
E todas as palavras foram ditas em vão,
Conselhos de verdade, não se lembrarão...
Palavras são nocivas armas para a mente
Não importa se quem as disse as invente...
A velha poetiza é a verdade mais pura
Ameaça os ímpios e suas morais perfura.
Brancura em exagero causa vã cegueira
E no escuro total o fraco só tateia...
Sombra e penumbra existe em todo coração
De um ser-humano isento de uma perfeição.
Mas esta opinião entra profundamente
Invade um orgulho lá no fundo, latente...
Capaz de admitir, o ser, que é imperfeito?
Que comete os erros, carne e osso é feito?
Prefiro confiar no cruel, porém verídico
E Injetar na veia um conteúdo ofídico...
Pois quando eles amam, sei que são capazes
De por si só mudarem, em ecdises primazes.
Prefiro entender, buscar, salvar os escuros
E não elogiar os que são de si seguros.
Prefiro eleger aquele que vai mudar
Do que o fariseu em seu sepulcro a caiar.