Às vezes
Às vezes eu queria ser simples
Queria acordar e não esperar
nada do mundo.
Nada do mundo!
Vejo as máscaras e a sociedade é feia.
Às vezes eu queria ser pássaro e voar...voar
Ir para outros caminhos
Não consigo...
A alma marcada brilha como máscaras venezianas
Não sei se estes pensamentos são meus.
Às vezes eu queria a clareza de mais um dia convencional:
acordar, escolher qualquer roupa, alguém para amar num dia tranquilo...
O dia convencional cansa, tédio.
Prefiro o árduo, o esgotamento, a estrada latejante e perigosa.
Às vezes eu queria ser simples como a máscara do bate-bola
Ser colorida, ter cola e purpurina...ter cara feia!
Mais eu sou Pierrot com meu olhar triste...
Tenho contradições"tenho ideais, gosto de cinema"
Eu não conheço a Colombina...
Eu não fui a Veneza...
Às vezes
Queria
SER simples e não
ser fragmentos.
Queria que o mundo me tragasse
Mas sou questionamento
Desregramento e Espanto!
Não tenho purpurina e tenho máscaras
Que emergem sem que eu queira...
Que se adequam sem que eu queira...
Que me protegem sem que eu queira...
Que me destroem
Sem
Que
Eu Queira!
Às vezes eu queria ser simples.