SEM RIMA 167.- ... textos de textos ...

Confesso que abundo

em textos (poéticos ou não)

que arrancam ou comentam textos

de autoras (não digo que os prefira, mas...)

e de autores, recantistas ou não. Por vezes acudo

a autores consagrados, mas não sempre.

E por que motivo?

Posso aduzir dous (ou mais):

É um que preciso de bengala

em que me suster

ou com que me iluminar...

É o segundo que procuro fazer

patente o facto de os textos,

também os meus, serem tecido

de outros, precedentes... De autores

quaisquer.

Não me importo com os célebres

apenas...

Por outro lado, valem os escritos

porque escritores célebres os escreveram?

Ou não acontecerá que os escritores

são célebres em razão e a causa das obras

que eles lançaram ao mundo, impressos

ou manuscritos?

Quantos autores hoje famosos

morreram na miséria!

Quantos outros celebrados

ontem se acham hoje felizmente afundados no esquecimento!

Por tudo o qual afirmo ou infiro:

Vale-me qualquer texto, principalmente poema,

ou fragmento de texto, alguns versos salientados

ou apenas tomados ao chou, para eu redigir

mais um texto, lírico preferivelmente...

Para além, há tanta musa encerrada

nos escritos mais inverosímeis...!!