Ó, VIRGEM...
Ó virgem,
Santa Maria,
inclina teu sublime olhar,
do alto do seu excelso céu,
guardado por sua legião,
Para os rogos abrasados
d’um coração de dor singular,
Que te apresenta de baixo,
o órfão filho da perdição.
Seja pela manhã, pela tarde,
ou no tenebroso crepúsculo,
Minha prece por ti daí atenção,
ó virgem!
Ande comigo nas cinzas das horas,
mostre-me o obstáculo!
Seja na dor ou na alegria,
nos sonhos ou na vertigem.
Dos dias que eram cheios de luz,
que se foram...
Quando límpido era o céu
e nuvem alguma cobria o horizonte,
Julgaste que a negligencia e as omissões me invadiram,
E chamaste-me para ti,
para a vida como lhe consente.
Agora com a sombra do passado
Acompanhando-me como um cão negro,
Cobrindo meu presente,
das mais densas nuvens de tempestade...
Adorne ao menos meu futuro
Com suas luzes do céu,
do seu coração sagrado,
Luz, a sua luz,
que clareia fulgurante na eternidade.