POETAS E BORBOLETAS

Embora, os dias estejam,
Um tanto quanto entristecidos,
Desencontrados, destoantes,
Os olhares mais perdidos,
No meio da fumaça,
Os jardins e as praças,
Despercebidos, poluídos.

Embora, as coisas não façam,
Ou fazem pouco sentido,
As almas flutuem errantes,
Sobre a areia da ampulheta,
Os contras superem os prós,
O horizonte seja limitado,
Mesmo estando unidos,
Sintamos-nos tão sós.

Nem tudo está perdido,
No azul metálico- cinzelado,
Desse enigmático planeta.

Ainda há poetas e borboletas.