zangões
Cai a noite em city Soul,
Uns esperam a luz acender,
Outros preparam bodoques;
Aqueles sabem o que beber,
A esses compraz não saber,
Destruir dá prazer, moleques...
Solícitos ao que nos cativa,
Maquiamos a face, sentimento,
os sonhos na bigorna do desejo,
amoldam-se ao nosso momento,
poesia cresce co’esse fomento,
deixo-me conduzir, pois, ensejo...
Lâmpadas quebradas apagam,
no escuro vampiros tão em casa;
medíocres de empinado queixo,
faísca morre soltando-se da brasa,
pois ninguém pode erguer uma casa,
apto apenas pra atirar seixos...
Nos alvéolos de nossas dores,
moldamos o néctar da flor;
laboriosos, mel fabricamos...
Sem talento, como ser criador,
paciência, zangão não é produtor,
ocioso na colmeia, toleramos...