Navegante
Ao longe se via a nau
A imagem de quem olhava do estreito
Era de que o navegante
Já conhecia o leito.
De mar em mar sumia
Faltando em horizonte.
A visão era tão bela
Que de mar parecia ser feito.
De repente a nau balança sem rumo
Perdendo o prumo.
O céu se cobre em escuridão
E a noite cai desvelando.
Seria isso ação instintiva da natureza
Ou a força do mar aliada a sua grandeza?
Seria o homem culpado de tal destino
Ou seria o destino o culpado do homem?
Para cada direção que o leme se solta
Outra força o traz de volta.
A noite se despede
Esquecendo seu furor.
A calmaria do dia
Conduz novamente a nau... vazia.
Pois que tudo leva pra frente
Até pé na bunda.