Prisioneiro de mim
Desejo tranqüilo poder sentir
dos outros e seu jugo livre
mas meu coração vêm proibir
emoções sinceras não as tive.
Não devo’inda atrever-me à fala
Como queria versos cantar!
Mas eles vêm, a voz se cala.
Garganta minha fazem cerrar.
Também restringem meu agir
Do corpo e modo se apoderam
Tal qual juízes, vêm decidir
Atitudes minhas sempre esperam.
E o que de mais faria eu
Sem liberdade para pensar?
Pena tão cruel ninguém sofreu
A própria vida vêm me limitar!
Na intimidade cativo, enfim...
Quieto morro ou vivo num braseiro.
A pior prisão é a prisão em mim:
É onde eu sou meu carcereiro.