SOB O SOL

Só tive remela nos olhos quando era criança

O nariz escorrendo, a mãe sempre ralhando

Os irmãos aprontando, sempre em maioria

O mundo ainda assim era melhor

Meus irmãos xipófagos de alma , aonde andariam?

Nos limites do pêndulo,

Indo e vindo.... indo e vindo

Está amarrada a linha da vida de todos nós

Meus versos são fugas da cidade e do tempo

Com eles caminho nas suas ruas estreitas do presente

Meus passos só sabem escrever distancias

(Gostaria que escrevessem reencontros)

Cada vez aumentam mais os vazios entre nós

Meus versos não deveriam, mas não dizem nada

E falam de partidas!

Se eu pudesse usaria eles para trazer o hálito das primaveras

E cobriria tudo com uma cor que despertasse as pessoas!

Não sei como, mas o mundo do meu pai tinha menos dores!

Seu eu pudesse, chacoalharia a toalha e jogaria as migalhas ao vento

E colocaria a mesa do café para meus amigos

Para falarmos das novas paixões de nossas vidas

Discutiríamos um plano infalível para recuperar o otimismo

Ou para fazer um mutirão para salvar os rios

Ou para falar das esperanças de mudar o futuro

Mas ontem mesmo pensei em morrer

Hoje mudei de ideia!

Ás vezes é melhor ter ideias estúpidas que não ter nenhuma

Por isso hoje eu caminhei ao sol

Eu acredito que as chamas do sol queimam as tristezas!

Eu vi borboletas pousando nas folhas

Eu olhei o rio e não vi as pedras do fundo,

É preciso estar limpo dos olhos para vê-las

Vi um bicho helicóptero batendo na superfície da água

Trazendo presságios

Eu vi a força da natureza numa mosca se acasalando,

Elas permanecem através da multiplicação

Eu vi um trem de aves migrando para outras terras

O mundo tem lá suas formas estranhas de escrever suas mensagens de otimismo

Entenda o que quiser

Eu ontem pensei em morrer

Hoje eu mudei de ideia.

Eu gostaria de achar uma saída do labirinto

Cada vez fundo

Eu penso que deveria escutar as vozes que me alertam

Mas eu só penso no amor

O amor é uma porta, mas nunca se sabe onde ela está

Enquanto não acho uma saída

Eu me agarro aos músculos das horas

Com força

Por medo de me soterrar!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 19/05/2012
Reeditado em 19/05/2012
Código do texto: T3676115
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