Estrelas e Balões
Se todos os abraços que eu não ganhei,
alcançassem um céu de estrelas, elas não brilhariam.
Mas, seriam muitas esperando por acender.
Porque sempre se pode ganhar abraços...
Todo o tempo pode-se abrir os braços.
Será que os braços abri para receber todos os abraços?
Vou contar estrelas: uma, duas, três, quatro...100 ...1000
Ganho mais tempo sonhando com estrelas que já se foram
do que ficar aqui pensando nos abraços que não ganhei.
E quantos abraços eu não dei? Quantos eu não idealizei?
Soltem por mim balões pelo ar, preciso que voem.
Minha imaginação não tem tempo. Preciso contemplar.
Ficar aqui olhando o contraste das estrelas e dos balões.
Quem soltou estrelas no tempo do céu?
Foi Deus há milhões, há milhões de anos.
E meu olhar está atrasado, estou vendo o que já se foi.
Só o que está no alto tem um tempo diferente.
O que vejo não é aquilo que vejo. Vejo estrelas.
O balão é mais simples mas, não mente pra mim.
Vejo o que enxergo. E ele vai rodando e às vezes estoura.
Que loucura: estrelas também explodem.
Queria que todas as mentiras que mentissem pra mim
fossem como as estrelas que iluminassem nuvens lindas.
Queria que os balões ganhassem vida e que minhas
brincadeiras ganhassem o mundo no quintal de minha casa.