Estrelas e Balões

Se todos os abraços que eu não ganhei,

alcançassem um céu de estrelas, elas não brilhariam.

Mas, seriam muitas esperando por acender.

Porque sempre se pode ganhar abraços...

Todo o tempo pode-se abrir os braços.

Será que os braços abri para receber todos os abraços?

Vou contar estrelas: uma, duas, três, quatro...100 ...1000

Ganho mais tempo sonhando com estrelas que já se foram

do que ficar aqui pensando nos abraços que não ganhei.

E quantos abraços eu não dei? Quantos eu não idealizei?

Soltem por mim balões pelo ar, preciso que voem.

Minha imaginação não tem tempo. Preciso contemplar.

Ficar aqui olhando o contraste das estrelas e dos balões.

Quem soltou estrelas no tempo do céu?

Foi Deus há milhões, há milhões de anos.

E meu olhar está atrasado, estou vendo o que já se foi.

Só o que está no alto tem um tempo diferente.

O que vejo não é aquilo que vejo. Vejo estrelas.

O balão é mais simples mas, não mente pra mim.

Vejo o que enxergo. E ele vai rodando e às vezes estoura.

Que loucura: estrelas também explodem.

Queria que todas as mentiras que mentissem pra mim

fossem como as estrelas que iluminassem nuvens lindas.

Queria que os balões ganhassem vida e que minhas

brincadeiras ganhassem o mundo no quintal de minha casa.

Neusa Azevedo
Enviado por Neusa Azevedo em 18/05/2012
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