De tempos em tempos
( Débora Acácio 17/05/2012)
De tempos em tempos
Eu me vejo assim
Me descamando..
Horas sorrindo
Outras chorando
Mas descobrindo
Encontrando coragem
Para entrar nos becos e vielas
Antes protegidos pela escuridão do medo
É quando avanço
Tropeçando, tateando
Caindo e levantando
É quando vou acendendo algumas luzes
Tirando o pó dos meus baús
Jogando fora o que já não me serve
Me despendido sem pesar, sem chorar
Mudando meu móveis intimos de lugar
De tempos em tempos
Eu me vejo assim
Em silêncio, observando
A tudo contemplando
Deixando meus moinhos de vento
Se agitarem o quanto quiserem
É o tempo da minha tempestade
Meu mar intimo mais que revolto
Arrebenta suas ondas em desalinho
No quebra-mar da minha sensatez
É a certeza querendo tudo acalmar
Minha paz chegando quieta para ficar
É um momento de preparação intima
De espera de tudo que a mim vem de forma inesperada
É o momento de apenas conter
De abrandar esse turbilhão de emoções velhas
Que me afogam em novas sensações
De tempos em tempos
Eu me vejo assim
Em algum canto de mim
Absorta
Me buscando...
Me catando...
Me arrumando
Me entendendo
E por fim me aceitando