PRA MIM
Um som para mim que ouço calado
Uma comédia pra mim
Eu gosto do macabro
Se a historia não tem fim
Vou sentar e ouvir ao seu lado
Agora é que eu quero ver
Vamo vê quem é que pede arrego
Se você gosta do brilho do adormecer
Gosto do brilho nos olhos do morcego
Não acredito em ti, lamento
O que você diz é incoerente e alienado
Não pode servir de argumento
Posso estar louco e travado
Mais minha palavra é documento.
Pra chorar, suando frio, tenho que inventar
O inferno é uma porta em que eu bato. Não me deixam entrar
O vômito de besteiras só me faz querer voltar
Quando não durmo, sonho em não mais acordar.
Eu canto pra mim, sem saber o que sei
Ate iria bem, mas não disputo o troféu
Penso no que acho certo, não no que é lei
Quantos exemplos sentaram na cadeira do réu
Um salve para mim
Foda-se o que planto
A safra nunca tem fim
Magia não é encanto
Ossos do oficio não viram marfim.