CEREBRERNET...
O Porteiro das manhãs molda cérebros
e castelos
e pensamentos de uvas-Hal.
O matagal on-line esfarela verdades,
vale a eficiência da varredura:
bebamos os hiperlinkes.
Na web, não Lemos: há Baudelaire barroco,
o novo é trivial, distrai, interrompe,
plantam-se olhos mecânicos – netimortos.
Tartarugas relâmpagos sopram tecniquices:
rapidez – parques taylorianos,
informação mercadoleira garimpada no superficial.
O Porteiro do instantâneo, o assassino do Tempo,
colonizam silêncios, narcotizam profundidades,
tocam liras golpeando as gargantas dos Livros.
A língua-Tigre fareja fogo, queima albergues de cegos.
Informação plena do que me nega,
são espelhos movendo ferrugens entorpecedoras.
O Livro é túnel de enigmas profundos,
A net, torneira de lixo veloz,
O Livro nos requer trabalhos de interpretação,
A net nos impõe salpicadas de distrações.