A Gênesis do Eu e do Outro

Quando me vejo me espanto

Criatura no delírio da criação

De tanto ser me encanto

Do meu não conhecer, minha aflição

De ato me encontro nesse palco

Teatro de loucura e razão

Que serei eu?

Que os outros serão?

Face a face me desconheço

Desconcerto de não me saber

Das máscaras que me faço

É isto, eu, estranho ser?

E eles quem serão?

Os outros que são para eu ser?

Reflexos convexos dos meus pudores

Sonhadores, santos ou ateus?

Me perco no sentido exato

Busco no tato visão, sem ver

Que serei eu?

Que será você?

Um Novo Adão e uma Despropositada Eva

Entre o pecado falso e o verdadeiro prazer

Destrinchando da luz a face da treva

Se estranhando para se conhecer

Ao crer, me produzo, me induzo

Sou um produto do seu entender

Eu sou também os outros

Que precisam de mim para ser

Daqui não sei o que penso

Refletir ou apenas conceber

Ferrenho e caótico conflito

Se esvaindo entre o sentido e o saber

Mas quando me vejo no rosto do espanto

Em atos orquestrados paraa me entender

Se não sou nem o profano nem o santo

Que serei eu e você?

Apenas humanos essências puras do ser

Viviane Tavares
Enviado por Viviane Tavares em 09/05/2012
Código do texto: T3658114
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