Fidedignos

Teu sopro suave,

entre quatro paredes,

relutante, amante,

acaba por transformar nosso dia.

Dias por noites...

Noites diurnas,

coisas do além.

Além de meros lençóis cúmplices

das horas que se rendem ao nosso crime.

Teu corpo,

entre pernas e afins,

também relutante,

parte amante que cansa

nos atos que restabelecem o vigor.

a paz sonhada

da selva urbana

Esquecemos de qualquer sazonalidade.

E foi assim que chegamos à velhice,

onde caminhamos juntos,

onde todos os sorrisos se catalizam,

certos da escolha certa, por caminhos errados,

da desordem do quarto que nunca mudou,

do discurso certo para cada atmosfera nebulosa...

Na verdade não esquecemos da sazonalidade,

apenas juramos um ao outro

fidelidade à condição humana.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 09/05/2012
Reeditado em 11/04/2016
Código do texto: T3658033
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.