Cadê meus anjos?

Alguém defendeu o ócio criativo,

privado estou, da criatividade;

por necessitar, qualquer motivo,

trabalho, trabalho e me privo,

de uma rica interatividade...

Quando dá espio o olho mágico,

a ver quem bate, se, a inspiração;

o dom represado é autofágico,

mas, malversado seria trágico,

inda me atrevo, pelo sim, pelo não...

Tentei assoviar e chupar cana,

Soprei pra fora toda a doçura;

Sem dar uma revisada bacana,

Quiçá, uma letrinha profana,

E a fina taça é servida impura...

É circunstancial o que ora vivo,

Por refém, de alheios arranjos;

O mote ora se dá, outra esquivo,

Não acho que o ócio seja criativo,

Mas, o criador, precisa de anjos...