O escultor
Cá esculpiram uma “santa”,
Com catorze toneladas;
Dolomita e ametista tanta,
Que agora recebe preces,
Como se a forma pudesse,
Deixar as pedras sagradas...
Que passa em nossas mentes,
Que amam ser enganadas;
De quê estamos doentes,
Se somos às vezes espertos,
marcamos os pontos certos,
Outras, não sabemos nada...
Poetar é como o esculpir,
Onde formatamos desejos,
mazelas não podemos omitir,
mostramos o que convém,
formatamos pedra, se bem,
que uns desnudam sem pejo...
então, amar a um poeta,
pode ser, a uma escultura;
a realidade seria diversa,
talento não é caráter,
um pouco de prima máter,
e dá pra moldar uma figura...
Minha pequena me conhece,
Se amar, o fará sabendo;
Como vive e como parece,
Esse miserável escultor,
Que já viu a face do amor,
E sabe que ela está vendo...