As convenções estão cada vez mais sem graça para mim.
É difícil seguir algo, que se sabe equivocado, por fim.
Desde a contagem do tempo,
Até determinados comportamentos,
E tudo tão surreal,
Tão banal...
Tão cheio das mais vis intenções...
Falsificadas emoções,
Com data e hora marcadas,
Para divertir a manada.
Enquanto essa é, cruelmente, manipulada,
Para seguir calada...
Uma grosseira ofensa
A qualquer inteligência,
A qualquer crença
Que tenha um mínimo de consistência.
O triunfo da massificação
Sobre a razão,
Propicia esse tipo de domínio,
Desprovido de escrutínio.
Obediência sem contestação,
Sustentando a ilusão.
Poucos, hoje em dia, conseguem atravessar essas convenções,
Sem lhes fazer flexões...
Sem atender a todos os seus anseios...
Sem fazer delas, o esteio
De sua existência,
Em detrimento de sua consciência!
É o clássico “nadar contra a maré”...
A maioria prefere mesmo é se escorar na fé!
Seguir sob o cabresto,
Por não se achar competente para redigir o próprio enredo.
Aliás, a maioria desconhece esse direito,
Apesar do constante incômodo no peito...
Colocam na mão de “tutores”
De falsos “pastores”
As suas necessidades,
As suas urgências...
Como se alguém de fora, pudesse acertar a sua cadência,
As suas particularidades.
Submete-se ao patrão
E ao padrão!
Como se não fôssemos todos desiguais,
Como se não fôssemos manifestações individuais!
Um dos vídeos mais importantes
De minha vida
Maria Bethânia
"Invocação(Passagem das Horas)
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