RIQUEZAS MANANCIAIS
Pode parecer pouco escrever!...
Mas o que nos restou ?!...
Somos geridos por dentro de cada
/ átomo
aprisionados por números
/ excludentes
Senhores-Servos do Horário
com o metabolismo controlado
em miligramas...
Vagamos na extremosa gravidade
/ de um espaço
com capacetes sólidos e sólidas
/ roupas
cortadas no metal dos
/ movimentos limitativos
Antiastronautica
mente
presos a um cordão umbilical
___aliás, um cabo ___
que se transfaz
em inextricável teia
___Só o Amor nos...com-cha-
/ meia !...___
Saem fios da nossa cabeça liga-
/ dos ao
___Computador Solerte___
que atua também como ponto
/ no teatro
dando as deixas
suprindo falas...
Fomos murados. Temos nossa
/ interligação dada por
/ viadutos
e bebemos o vinho engarrafado
no aço do tráfego
Como ácido refulgente e ofuscante
/ e... estamos...
sempre... adiante !...
E a nossa vida é uma concha
/ de noz
de puro aço. É um número numa
/ bobina
___ infinitíssima___
como se a Terra maçã metálica
/ fosse conosco descascada
e restássemos... beiras...
Daí o escrever assoma como um
/ caminho
uma forma de denunciar esse
/ consumismo do Sem Tempo
essa espada de aço inforjado
que não__ comove__ por não ter
/ nossas verdadeiras digitais
enfim
uma esmeralda no mar nele
/ dissolvida
mas ... em luz... de Vida !...
Só o escrever tem essa gratuidade
/ absoluta
de uma onda que "por si mesmo"
/ se avoluma
ou do açude que sangra contente
/ de servir só com
/ simplicidade de água
toda a gente
ou como as mãos que desiguais
/ mas no fundo iguais
cavam a terra que só
/ espera descobrindo
__ ou só fazendo vislumbrar os
/ bens totais __
as riquezas
totalmente
absolutamente e
cumpridoramente
___mananciais !...___