Recanto fugaz
Recaio em tristeza, eu, sóbrio!
Exalto-me em alegria, eu, bêbado!
Reviro noite e dia, que agonia...
Apaixonado proclamo a poesia!
Quem se dá, quem se deu?!
Já estive em sombras das vezes que me cedeu...
Lembro, amo, desejo os momentos que me prometeu,
em pensamentos confusos eis que o amor se perdeu!
Sonhar é pedir muito,
é querer demais!
Viver é um insulto,
para nós, meros mortais!
Quanto desperdício,
quanta miséria!
Uma vida sem vício
em uma voz que se desespera!
Um grito rouco surge deste hospício
e eu aqui, ainda, na espera...