TALVEZ... TALVEZ...
Talvez um som maior que vem
/ do Mar
Nuvens que se despenham sobre
/ as Montanhas
Talvez cabelos do sol
/ desembaralhado
essa visão de tudo que aos poucos
/ assoma
Talvez Talvez
como uma soma
de números abstratos que nos
/ fazem
Talvez um risco de Amor sobre
/ todos os retratos
e um coração batendo fundo
/ no profundo
Talvez isso nos diga
água de bica ao verão escaldante
/ de um dezembro largo, talvez
talvez
um solitário no dedo do dia
e essa escalada com cordas
/ na penedia
Talvez isso nos "digam"
/ ___cones de feno
menos Vento
e mais música no luar que unge
/ a noite
farta de estrelas e de brilhos
/ indizíveis
apenas sons de insetos
entre as matas claras de perfume
/ como à noite
um Sol...
Nos espraiamos nas praias
/ da Vida
atados ao talvez com a força
/ de um destino
Invencíveis Nobres
lampejos de luz a percorrerem
/ fios de cobres e acesas
lâmpadas...
Estampas do Amor tornado
/ o único caminho
ou a face do Ninho : Aves
Sei que a resposta virá, grata :
/ a Vida o é...
E o talvez será a certeza de toda
/ a origem
continuativa mais que viva
"Talvez os mortos vivam" e nós
/ com eles e a Festa
se continuará como o que resta
suficiente...
O talvez do Amor a todos
/ alimente
é meu desejo...
Arpejos infinitos como se as
/ cordas
fossem tudo
e a do talvez oferecesse Resposta
Um dois cinco seis
O jogo decisivo do siso
/ a galinha pedrês
Quem sabe :
Talvez...
Talvez...