Cansei...



Cansei... cansei de ser poeta comedido,
Escondido entre palavras absolutamente sensatas
Que camuflam e mascaram a força da minha raiva,
Da minha dor e da minha desilusão...
Que se dane a diplomacia!
Quero verso aberto para a
VERDADE
E repleto de FANTASIA.


Cansei das palavras ajuizadas, calculadas,
Que me amarram e me enjaulam dentro da razão...
Hoje eu quero a palavra
LIBERDADE,
Pronunciada com prazer,
Tatuada em cada extremidade do meu corpo desejoso.
Quero sair na noite boemia comendo  as palavras fáceis,
Traçando-as,
Devorando-as lascivamente.

Quero possuir com voraz loucura a
ALEGRIA
Ainda que seja num beco escuro
De uma rua poética suburbana...
Cansei de ser poeta reto e sóbrio, ...pelo menos dessa vez
Vou sair e tomar um porre de
AMOR
E acordar embriagado numa cama qualquer...
Ou do lado de uma palavra de programa chamada
PAZ.

Quero a doçura do cicuta em minha boca
Quando a lua muito louca me chamar para dançar
E juntos, eu, a lua e a
PAIXÃO,
Saiamos para uma orgia quase matinal
E então, depois dessa noite insandecida
Eu volte satisfeito a ser poeta enamorado
Pela minha amada
VIDA...



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Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 29/04/2012
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 30/04/2012
Reeditado em 30/04/2012
Código do texto: T3640969
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