Não Vês?

Não vês?Que empalideço

Em algum segundo numérico,

E assim mortal eu apareço,

Como o estertor cadavérico?

Não vês? Que desfaleço,

O mal que habita de mim?

Tão jovem eu esmoreço,

Será este o meu pobre fim?

Não vês? Que compadeço

No horror da enfermidade,

Dizei-me Deus, se mereço,

Esta morte sem piedade...

Não vês? Que reconheço

Na natureza o fato natural

O destino em paz agradeço

Por esta liberdade corporal

Não vês? Que desconheço

O real destino desta sorte,

Mas breve sei que feneço

Sendo a vítima da morte!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 28/04/2012
Código do texto: T3639096
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