Não Vês?
Não vês?Que empalideço
Em algum segundo numérico,
E assim mortal eu apareço,
Como o estertor cadavérico?
Não vês? Que desfaleço,
O mal que habita de mim?
Tão jovem eu esmoreço,
Será este o meu pobre fim?
Não vês? Que compadeço
No horror da enfermidade,
Dizei-me Deus, se mereço,
Esta morte sem piedade...
Não vês? Que reconheço
Na natureza o fato natural
O destino em paz agradeço
Por esta liberdade corporal
Não vês? Que desconheço
O real destino desta sorte,
Mas breve sei que feneço
Sendo a vítima da morte!