CINZAS DO TEMPO

Não ficarei nem no passado nem no futuro,

Estarei sempre no presente

Porque este é o espaço onde me movo

Sobre os meus ombros fatigados... pedras!

Em frente aos meus olhos, os arcos do insondável,

Onde mãos hábeis, pavimentam o escuro, nos espaços claudicantes

Eu quero parecer indiferente a tudo,

Então deito meus olhos nas acácias deprimidas,

por onde o frio se manifesta, corroendo as cores e a alegria!

Abaixo os ciprestes nus são uma foto em preto e branco do inverno que trago dentro de mim

Nesta estação, onde os pássaros fogem nas alturas sem se despedir

Reflito, se eles fugiriam do tempo frio do inverno ou daquele que está dentro de mim

O muro do tempo desnudo é enorme e insensível à minha frente,

nele, a vida parece mover-se em pálidos espasmos

Todavia, na sua face enegrecida,

onde as angustias se entrelaçam, em meio a grafites indecifráveis,

Eu ainda escrevo nele, seu nome,

com as cinzas dos meus sonhos!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 28/04/2012
Reeditado em 27/03/2024
Código do texto: T3638141
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