MORENIDADE

Espantam-se quando digo que sou negra,

Corrigi-me dizendo: Não, tu és morena!

Em meu registro estou como parda,

Minha cor não é tão acentuada,

Não sou branca, não sou preta,

Sou uma mulher desfigurada.

Tenho cabelo crespo,

Que chamam de pixaim,

Quando solto, deixo black,

Não hesitam em zombar de mim.

Olham-me de nariz torto,

De olho atravessado,

Dizendo: Olha a neguinha ai do seu lado.

Passei anos me dizendo morena,

Negando minha ancestralidade,

Hoje não quero saber desta falsa verdade.

Sou negra, e não me engano com essa tal,

Morenidade.

Pollyana Almie
Enviado por Pollyana Almie em 26/04/2012
Reeditado em 09/11/2017
Código do texto: T3634028
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