Máscaras
Não resisti e comi da maçã,
Sim provei do proibido,
Agora viciada por essa poluição,
Me declino e tenho de seder a ela todos os dias,
Não falo da droga em potencial,
Mas da droga da máscara,
Que depois posta pela primeira vez...
Vestida com consciência,
Me viciei, e não consigo mais tira-la.
Já havia usado na infância,
Apenas para me safar de castigos,
Mas quando a usei para persuasão...
Sim, foi saboroso...
Ahhhhhhh, foi doce, único e saboroso,
Tive o que queria, desfrutei sem arrependimento.
E como qualquer droga viciante, usei de novo...
E hoje não consigo me livrar dela, e o que é pior ?!
Todos usam e se deleitam,
É algo natural, não há contra indicação a elas...
Já experimentei o dessabor de não usar-las!
Ser eu sem máscaras,
Mas e o que ganhei em troca,
Castigo, sim castigo...
Pois estava sem elas, sem defesas...
Pobre de mim, fui usada por todos os mascarados!
Que deturparam tudo que saia de minha boca.
Usaram contra eu mesma,
Que estava de peito aberto.
E agora de joelhos sangrando no chão,
Olho para todas minhas máscaras caídas na lama,
As recolho...
E neste momento começo a polir-las...