INTEIREZA
     



  
Isto doeu de verdade  
  como dói  o corte raso
  para que  brote
 do velho tronco
 mutilado 
 nudez de madeira exposta
 o tenro talo

 Só  minha força  a me forjar
 ninguém mais
 ou força alheia

 A vida é  dor
 de eterna regeneração
 E nesta  autofagia, nós ainda
 alimento da nossa própria fome 
 uma vez mais a antiga forma
 renasce da teimosia e lucidez...

 Passam em mim todos os choros
 todos os risos
 todas as dores 
 eu no palco e na platéia
espectador calado dos séculos
ator desta peça
desembestada no tempo
via e instrumento
grito e silêncio
só indo
só indo...



tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 23/04/2012
Reeditado em 23/04/2012
Código do texto: T3628715
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