FAÍSCAS
Nos limites da minha santa insanidade
Posso ser algo como um vagabundo sem rumo
Escorregando em velhas roupas
Com meus passos de jardineiro
Enfeitiçando o mundo com minha gaita muda!
Ser como um degredado de almas
O eterno mato entre belas flores do jardim
Um mendigo!
Um que seja livre e sem culpas
Um que não durma jamais na mesma cama
Um que não tenha nunca estrada
Que lave o rosto nas lágrimas
E que sorria da própria sombra desbotada!
Mas é quando sonho feito um menino que a coisa muda.
E meus lados inconfessáveis vêm à tona.
Mas esse meu lado, inconfesso e inconstante
Esse que prefere o dragão a donzela...
Que não tem medo de gritar contra o vento
Dou apenas a almas vagabundas e belas!
Portanto...se me quer, por favor
Não me traga virtudes nem moral
Traga-me a vida disfarçada de lua cheia
“eu prefiro mais”