O ato final

Bom dia Decadência!

Apropinque-se,

aconchegue-se,

cresça com nosso descaso

que fingimos acontecer pelo acaso.

Receba com louvor meu sorriso amarelo

que com os dentes gastos tantas mentiras eu dilacero,

mas sendo sincero,

você não me traz nada além do que eu já espero!

Prendemos o pássaro na gaiola,

mas não encarceramos o canto que este produz.

Ajudamos o mendigo com uma esmola,

mas não é o altruísmo que nos conduz.

Com o tempo se descobre que alguns demônios possuem belas asas

e que vários anjos têm suas roupas manchadas de sangue,

que quando se começa pelo fim

sempre se chega a um início,

e é aqui que nos resta uma resistente corda

provinda de um frágil fio tecido por um aracnídeo...