Um alijar petulante
O curso da água forma uma nova rota de fuga,
limpo caminho onde o passado se desfaz,
fecho de luz em meio à escuridão em que vivi
projetada pelas sombras de meus temores.
O medo deixa de existir,
eis que vejo que não há o que coibir.
É o destino que tende a me encontrar,
o confronto que preciso enfrentar.
Passagem de ida da qual não poderei retornar,
navegação em águas turbulentas que aspiro por mergulhar,
pode ser que eu me perca por lá
mas é apenas mais uma das coisas que não poderemos evitar...
Das incertezas tantas ficam
ainda a preencher estas páginas,
mas de minhas certezas
resta apenas uma:
a vida ensina e ainda haveremos de pagar,
pois “santo” nenhum de nós jamais será!