Silêncio de serpente
Meço graves sons em lábios curtos,
Passam não ouvidos, senso surdo...
Toda vibração me contagia
Lambo todo som com línguas frias.
Sinto o calor de presas vivas.
Toda e qualquer sistole me excita.
Os meus olhos infra-vermelhados
Olham com olhares reservados.
De noite o escuro não cega
Mesmo em meio do mal e inveja...
Arrasto meu corpo vaidoso,
Tudo num silêncio glorioso.
Meu silêncio é a mais bela arte,
A arte dos meus símbolos atentos
que atingem qualquer vão pensamento
E perfuram qualquer baluarte.
Nenhum inimigo há de me ver,
Pois onde eu estar, disfarçarei.
Meu silêncio há de me esconder,
Com a carne do barulho, hei viver.