Flores de papel
Posso parecer estranha
Um pouco nociva, e quieta demais
Posso ser uma árvore que dá frutos
Um rio que custa a desaguar no mar
Sendo o dito pelo não dito,
Costumo pensar em ser o dito
Ele cabe melhor pra mim,
Em mim
Sentir que a vida passa é ruim,
Deixar que ela escorresse é pior
Basta não é o bastante
É preciso dizer que não,
Que os sonhos são de espuma
Que virar-se pode machucar
Ao mais será enfim o fim
Ao bem será melhor ter fim,
Você me deu flores artificiais
Montou-se um muro dentre os lábios,
Não li o que me respondeu
Nem leu o que me deu pra ser feliz.