Brinde à madrugada
Tim-Tim...
E eu brindei à madrugada
Já meio rouco, pelo barulho que causei
Hoje, os chicotes são línguas
Ontem, também
Meu caos particular já começa a se vender
Aqui por dentro, não há mais só sangue...
Tem dias que concreto e algodão se misturam
Tem dias que é um oco de eco ruim
Um breu, um céu, múltiplas formas de se estar confuso
Ergui consolo com muita dificuldade...
Eu mesmo construí e modelei, sei que não tudo
Mas boa parte já se foi
Andei pensando em viagens
Quem sabe um Cruzeiro?
O mar é um bom amigo
Que fome, meu amigo...
Essa fome da alma come a gente por dentro
Depois arranha e rasga por fora...
De dentro pra fora, feito um nascimento
Só que é morte
Quero saltar a parte da vida que eu não entendi
Pular do começo pro fim...
Que cinza...
E pior, sem fogo.
Daniel de Sena Pires – Brinde à madrugada (11/04/12)