Somado Ao Mais Do Múltiplo Do Resto

Me beijas com todas as forças

Me digas que sou eterno

Nunca me escondas que és moça

Quero viver amor paterno.

Sempre no sossego da calma...

Desnudo de satisfação

Negas a libido que alcança

Filha da disposição.

Tudo somado ao mais do múltiplo do resto

Incesto que nunca ocorreu

És minha por isso confesso...

Embriaguei-me de um sangue teu.

Seco por fora e por dentro...

Molhado pela imaginação

Sorrindo de puro desprezo

Chorando bicas de solidão.

Um ostracismo ímpar

Incontestável peso na consciência

Ciência que nunca será resolvida

Podes chamar Freud e a realeza.

Minhas palavras podem ser falácias

Mas são farmácias para te curar

Não há no ar remédio mais poderoso

Bebido, eleva em demasia tua grandeza.

Nem sempre procurei em ti só beleza

Quero abrigo, anseio, sinceridade

Dispenso a atração carnal

Só atrai mais ansiedade.

Por fim, peço tua sola na minha face

Me cuspas, me batas e arranhes

Que eu apanhe até perder a força

E que meu afeto eu mesmo disfarce.

André Anlub

Site: poeteideser.blogspot.com

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